
Governo explica se existe a possibilidade do preço do arroz aumentar e indica as soluções para a eventual crise (Créditos: Shutterstock)
A tragédia que está acontecendo no Rio Grande do Sul por conta das chuvas já provou que terá consequências graves em diversas áreas, como saúde, economia, educação e alimentação. Por isso, não é nenhuma surpresa que tenha começado a circular a informação de que o preço do arroz vai aumentar, assim como de outros alimentos, por causa das enchentes no sul do país.
Não é incomum que as pessoas comecem a estocar itens de necessidades básicas em momentos como este, e essa comoção só fez com que cidadãos de vários estados do país fossem aos supermercados fazer estoques. Porém, será que é verdade que o preço do arroz e do feijão vão aumentar? O TudoGostoso te explica!
O preço do arroz vai aumentar por causa das enchentes no Rio Grande do Sul?
O preço do arroz não vai aumentar por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, então você já pode ficar tranquilo, sem se desesperar para fazer estoque na despensa de casa.
A informação de que o arroz iria encarecer é falsa e que “não há motivo para alardes em relação ao abastecimento interno”, segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.
“Até o momento, conseguimos colher 83% da safra. Os 17% restantes estão concentrados na região central do estado, a mais impactada pelas inundações. Lá, faltam cerca de 40% para finalizar a colheita”, explicou Alexandre Velho.
Além disso, ele deixa bem claro que, apesar do desfalque de 17% da colheita, os 83% colhidos garantem um bom volume de arroz, marcando uma safra superior a 7 milhões de toneladas. O verdadeiro problema está na parte logística, de entregar esse arroz na região central do Rio Grande do Sul, onde a situação está mais séria. Porém, isso é apenas momentâneo e as vias de conexão com o restante do país estão livres, o que permite a leva de arroz para toda a nação.
Antes do desastre climático, estimava-se que o Rio Grande do Sul iria produzir 7,5 milhões de toneladas de arroz este ano. Ou seja, não é um desvio tão grande do que se esperava. Também é essencial saber que o Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de arroz por ano, fazendo com que seja necessário importar uma pequena quantidade para suprir a demanda interna.
Presidente Lula determina medidas para não aumentar o preço do arroz e do feijão
Na última terça-feira (07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma entrevista ao participar do programa Bom Dia, Presidente, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), disse que “teremos que importar arroz e feijão para garantir que o povo brasileiro tenha acesso a esses alimentos a um preço justo em relação aos seus salários”.
Ele ainda explica que realizou uma reunião com os ministros Paulo Teixeira e Carlos Fávaro, dos Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, respectivamente, para falar sobre o alto valor do arroz e do feijão.
“Eu disse que não era possível a gente continuar com o preço caro. Alegaram que a área plantada estava diminuindo e que havia um problema do atraso da colheita no Rio Grande do Sul”, disse Lula.
Medida Provisória de importação de arroz é feita para diminuir preço
Ainda na terça-feira (07), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, confirmou que o Governo Federal preparou uma Medida Provisória (MP) para importar 1 milhão de toneladas de arroz para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O ministro deixa claro que essa importação de arroz é para evitar o encarecimento do produto e, que, a princípio, o governo pretende comprar 200 mil toneladas de arroz já empacotados.
“O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação, não é para concorrer com os produtores. Não estamos fazendo nada excepcional: é trazer, abrir uma medida provisória para comprarmos 1 milhão de toneladas. O que queremos fazer é que a Conab cumpra seu papel para dar estabilidade e evitar especulação”, disse Carlos Fávaro, durante a coletiva de imprensa na terça-feira.
O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) foi aprovado pelo Congresso e publicado no Diário Oficial no último dia 10. É este o projeto que analisa recursos para auxiliar na reabilitação do Rio Grande do Sul por conta dos estragos causados pelas cheias. O ministro ainda indicou que a importação deve ser suspensa no momento que os preços do arroz voltarem a ficar estáveis.
Preço do arroz aumenta em supermercados do Brasil
Apesar da certeza de que não faltará grão para o consumo interno, diversos mercados pelo Brasil estão aumentando o preço do arroz. Diante deste cenário, o Procon segue vistoriando a prática abusiva no aumento dos preços, o que inclui fiscalização dos estabelecimentos que estão impondo limite de compras.
Em alguns mercados, não havia arroz nas prateleiras, mas durante a fiscalização, o Procon comprou que havia altas quantidades no estoque para venda ainda. Ou seja, o item não está em falta, o mercado que estava fazendo uma retenção do alimento.
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