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Partes iguais, cada um paga o seu ou aceita gentileza: como dividir a conta em um restaurante sem constrangimento, segundo em especialista em etiqueta (sem parecer avarento!)
Fausto Fagioli FonsecaPor  Fausto Fagioli Fonseca  | Redator

Fausto é jornalista há mais de 15 anos, tendo trabalhado em diversos veículos com foco em saúde, alimentação, bem-estar e atividade física. Admite que não é um grande cozinheiro como as suas avós, mas tem suas receitinhas secretas!

Essas dicas podem te ajudar a lidar com a conta quando ela chega após aquele encontro ou jantar de negócios

Partes iguais, cada um paga o seu ou aceita gentileza: como dividir a conta em um restaurante sem constrangimento, segundo em especialista em etiqueta (sem parecer avarento!)

Será que o certo é SEMPRE dividir a conta? (Crédito: Shutterstock)

Tudo muito bom, tudo muito bem, o almoço ou jantar no restaurante foi ótimo e chegou aquele momento crucial: pagar a conta. Essa parte do encontro, seja um date, seja um almoço corporativo, seja uma refeição entre amigos, costuma causar confusão: afinal, como deve ser a divisão da conta?

Dividir a conta em um restaurante pode ser uma situação delicada para muitos, especialmente quando diferentes expectativas entram em jogo. Como agir de maneira educada, sem constranger ninguém, e ao mesmo tempo ser justo?

Quem paga a conta nos encontros românticos?

Historicamente, a responsabilidade de pagar a conta em encontros recaía sobre os homens. Essa prática estava enraizada na desigualdade econômica, em que as mulheres tinham menos oportunidades de trabalho e, consequentemente, dependiam financeiramente de seus parceiros. Com o avanço da sociedade e a luta pela igualdade de gênero, a dinâmica começou a mudar.

Por conta dessas mudanças de paradigmas, muita gente tem dúvida do que diz a etiqueta sobre a divisão da conta em restaurantes. Afinal, o homem deve mesmo pagar toda a conta em encontros para demonstrar seu “cavalheirismo”? Ou a divisão é sempre o melhor caminho?

Segundo Larissa Vaz, especialista em etiqueta, o termo "cavalheirismo" surgiu como uma forma de expressar a cortesia dos homens em pagar as contas durante os encontros. Embora essa prática tenha validado a gentileza masculina, ela também reforçou estereótipos de gênero. Atualmente, com mulheres atuando em pé de igualdade no mercado de trabalho, essa noção de quem deve pagar a conta, segundo a especialista, precisa ser revista.

Ela explica que seguir essas regrinhas abaixo é o melhor caminho na hora que a conta chega em um jantar romântico:

  • Dividir a conta: na grande maioria dos casos, é perfeitamente aceitável sugerir que a conta seja dividida, especialmente em encontros em que ambos estão em situações financeiras semelhantes. Contudo, essa proposta deve ser feita de maneira respeitosa
  • Quem convida, paga: essa regra também é válida em jantares românticos e serve como uma demonstração de cuidado
  • Discussões sobre pagamento: a principal dica é evitar discussões na frente do garçom. Se houver desentendimentos sobre quem deve pagar, é melhor discutir isso em particular

Segundo ela, existem algumas exceções à regra. Por exemplo, se uma das pessoas está temporariamente sem emprego, pode ser apropriado que a outra arque com a conta. “A comunicação aberta sobre a situação financeira de cada um é essencial”.

Além disso, ela explica que, em encontros românticos, uma prática comum é alternar o pagamento das contas. Isso promove um senso de igualdade e ajuda a construir uma relação saudável. Assim, um pode pagar em uma saída, enquanto o outro paga na próxima.

A psicóloga Lizandra Arita concorda e recomenda sempre uma conversa aberta e honesta. "A base de qualquer relação saudável é a comunicação aberta. Antes de o desconforto surgir, por que não discutir como vocês se sentem em relação à divisão de contas? Perguntar algo simples como 'Você prefere dividir ou acha melhor eu pagar essa?' pode evitar mal-entendidos e esclarecer as expectativas de ambos".

Para ela, essa conversa ajuda a definir o tom do relacionamento, garantindo que as expectativas de cada um estejam alinhadas, evitando possíveis ressentimentos. "Uma abordagem honesta desde o início garante que ninguém se sinta desconfortável ou pressionado".

Jantares de negócios e com amigos

Em jantares de negócios ou de amigos, a regra de divisão da conta também é válida, principalmente se todo mundo consumiu de forma parecida. Porém, há ocasiões em que a melhor opção é simplesmente cada um pagar o que consumiu. Isso é especialmente importante em jantares em que há grandes diferenças no consumo, como quando uma pessoa pede uma entrada, prato principal e sobremesa, enquanto outra opta por uma salada.

Em situações assim, é perfeitamente aceitável que cada um pague por aquilo que pediu, desde que isso seja feito de forma natural e sem parecer que você está calculando cada centavo. Para evitar constrangimentos, a dica é sugerir gentilmente desde o início: “Que tal dividirmos a conta de acordo com o que cada um consumiu?” Isso estabelece um acordo claro, sem espaço para desconforto."

"Para isso, o uso de aplicativos ou até mesmo uma calculadora pode ajudar a fazer a divisão correta", indica Lizandra.

Aceitando a gentileza sem constrangimento

Se alguém se oferece para pagar a conta inteira, seja por gentileza ou em situações mais formais, como em reuniões de negócios, o ideal é aceitar a oferta com gratidão, mas sem esquecer de retribuir em algum momento futuro. O mais importante é estar atento ao contexto: se a oferta for feita de maneira sincera, recusar insistentemente pode gerar desconforto para a outra pessoa.

Lembrando que em encontros sociais mais casuais, como entre amigos ou casais, a alternância de quem paga é uma maneira simpática de evitar que uma pessoa arque sempre com os custos - e essa prática reforça o senso de reciprocidade e consideração.

"Isso pode ser feito de maneira simples: uma pessoa paga desta vez, a outra na próxima. Dessa forma, ninguém sente que está sempre carregando o peso financeiro da relação, e ambos compartilham a responsabilidade de maneira equilibrada", indica Lizandra.

Alternar as despesas também elimina a sensação de "dívida" emocional que às vezes pode surgir quando uma pessoa paga constantemente. "Esse modelo cria uma dinâmica de reciprocidade, fortalecendo o senso de parceria".

Como não aparecer “avarento”?

A chave para não parecer avarento está na atitude. Dividir a conta de maneira justa não é sinônimo de ser mesquinho. O importante é agir com naturalidade, sugerindo alternativas sem dar a impressão de que está preocupado excessivamente com valores pequenos.

Uma pessoa avarenta é aquela que transforma uma situação simples em algo desconfortável, calculando cada detalhe ou insistindo em questões de dinheiro de forma excessiva. Em vez disso, você pode sugerir a divisão da conta de forma aproximada com relação ao que você gastou, sem focar em pagar EXATAMENTE aquilo que foi consumido.

"Nem todas as pessoas têm a mesma visão sobre dinheiro e dividir contas. Alguns podem preferir pagar a conta toda, enquanto outros se sentem mais confortáveis dividindo. O importante é respeitar a preferência do outro e encontrar um meio-termo que funcione para ambos", finaliza a psicóloga.

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