
A aveia contém nutrientes benéficos, mas seu consumo também pode ter efeitos negativos em algumas pessoas. (créditos: Shutterstock)
A aveia é reconhecida mundialmente como uma grande aliada da saúde intestinal. O alimento é rico em fibras solúveis, que ajudam no equilíbrio da microbiota intestinal, combatem a prisão de ventre, reduzem o colesterol e estabilizam os níveis de açúcar no sangue. Por isso, não faltam motivos para incluir o cereal na alimentação, que também é uma importante fonte de vitaminas, minerais e proteínas.
No entanto, mesmo sendo muito benéfica para o intestino, algumas pessoas costumam sentir inchaço, gases, constipação ou até diarreia após consumir aveia. O principal responsável por esses efeitos colaterais é justamente uma das suas fibras.
Problemas digestivos após consumir aveia: quando o cereal se torna inimigo do intestino?
Nem todas as fibras são iguais, e nem todos os corpos reagem da mesma forma a elas. No caso da aveia, uma parte das suas fibras é fermentada no cólon, uma região do intestino grosso, o que pode causar inchaço, gases e flatulência em algumas pessoas — especialmente em quem tem um sistema digestivo mais sensível.
A aveia também contém uma fibra solúvel chamada beta-glucana. Embora seja conhecida por seus benefícios à saúde, o consumo excessivo dessa fibra pode causar desconfortos intestinais, especialmente em quem não está acostumado a consumir grandes quantidades de fibras.
Contaminação cruzada da aveia: um perigo silencioso para quem é sensível ao glúten
A aveia é um cereal que, em sua forma natural, não contém glúten. No entanto, durante o processamento, ela pode ser contaminada com trigo, cevada ou centeio — grãos que contêm glúten. Por isso, pessoas com intolerância e doença celíaca devem sempre se certificar de comprar aveia sem glúten. Caso contrário, o produto pode causar inflamação e problemas intestinais.
Além disso, a aveia contém uma proteína chamada avenina, que é estruturalmente semelhante ao glúten e também pode causar problemas para indivíduos sensíveis. Algumas pesquisas sugerem que entre 10 e 15% dos pacientes celíacos reagem negativamente à aveia, mesmo que o cereal seja rotulado como “sem glúten”.
Ácido fítico presente na aveia pode interferir na absorção de minerais
Outro ponto a ser considerado no consumo de aveia é o ácido fítico. Esse composto atua como um mecanismo de defesa nas plantas, ajudando a proteger as sementes contra a germinação prematura. No entanto, no intestino humano, ele pode interferir na absorção de minerais essenciais, como ferro, zinco, cálcio e magnésio.
Embora a quantidade de ácido fítico na aveia não seja excessiva, pessoas com deficiência de minerais ou que seguem dietas muito restritivas podem ter a absorção desses nutrientes comprometida ao consumir o cereal. Uma maneira de reduzir o efeito do ácido fítico é deixar a aveia de molho por algumas horas antes de consumir.
Quem não pode comer aveia?
O consumo de aveia deve ser evitado nos casos abaixo:
- Sensibilidade ao glúten ou doença celíaca;
- Síndrome de Intestino Irritável ou sensibilidade digestiva;
- Pessoas com deficiências nutricionais;
- Pacientes autoimunes;
Outro ponto a ressaltar é que a aveia que compramos pode ser enriquecida com açúcar, aromatizantes e aditivos que suprimem seu valor nutricional original. Por isso, dê preferência a aveias menos processadas e que sejam comercializadas por lojas e marcas especializadas em produtos naturais.
Veja também:
Estes são os 6 tipos de pessoas que não devem comer aveia em hipótese alguma
Dieta SEM GLÚTEN: veja como aumentar o teor de FIBRAS nas suas receitas