
Chambari é corte bovino retirado da pata do animal. (Foto: Shutterstock)
Você já conhece o chambari, o corte bovino que vem com um osso no meio? Esse é um prato supertípico do Tocantins, pode ser preparado de diversas maneiras e consumido a qualquer momento hora do dia. Sua importância cultural é tanta que o prato ganhou festa própria, o Festival do Chambari, evento que vem reunindo há seis anos os apaixonados pela iguaria. Neste ano, a festa acontecerá entre os dias 21 e 23 de setembro.
Apesar de pouco conhecido fora do estado, o chambari pode ser encontrado por outros nomes nas demais regiões. No entanto, uma coisa é certa: seu sabor marcante e textura suculenta fazem todos pedirem bis. Quer entender melhor o que é o chambari e descobrir mais curiosidades divertidas sobre esse ícone da gastronomia tocantinense? Continue lendo!
1. Chambari, chambaril ou ossobuco?
Talvez a palavra chambari não seja de fácil reconhecimento para você, mas e ossobuco, já ouviu falar? Sim, estamos falando do mesmo corte bovino. A diferença é a origem, já que ossobuco é o nome italiano do prato. Na Itália, uma das formas mais tradicionais de servi-lo é à milanesa, enquanto no Norte as versões ensopadas fazem mais sucesso. Independentemente da forma de cocção, saiba que chambaril, chambaril e ossobuco são a mesma coisa.
2. Corte bovino
Ok, o chambari é um corte bovino, mas de que parte, exatamente? Acertou se você disse patas traseiras, mais especificamente na região entre acima da canela e abaixo do joelho do animal. Dessa região também se retira o corte conhecido como músculo, no entanto, a diferença é que chambari é cortado na horizontal ao invés de na vertical e, por isso, acompanha o osso no meio.
3. Cocção lenta
Caso você vá comer um chambari típico no Tocantins, provavelmente ele foi cozido lentamente em panela comum até chegar ao ponto de desmanchar. Esse processo pode levar horas e ajuda não só a carne a amolecer, mas também os temperos penetrarem, dando um sabor bem especial.
É claro que no dia a dia é possível cozinhar usando a panela de pressão para acelerar o processo, mas para os mais tradicionais, o resultado pode não ser exatamente o mesmo. Vale dizer que o chambari precisa de bastante tempo no fogo por ser um corte mais fibroso e rígido, que chamamos de carne de segunda. Já o tempero da receita de chambari varia de cozinheiro para cozinheiro, mas alguns dos mais usados são pimentas, ervas, sal e coloral.
4. Café da manhã?!
Em muitas regiões do Tocantins, comer um chambari ainda pela manhã é um hábito. A carne, além de nutritiva e acessível, confere bastante saciedade, mostrando-se o prato ideal para iniciar o dia de trabalho. Inclusive, os quiosques que comercializam a iguaria nas ruas costumam abrir em torno de seis horas da manhã. Você toparia?
5. Cura ressaca
Há quem diga que um bom chambari é capaz de recuperar aqueles que passaram do limite do álcool e estão de ressaca. As versões mais comuns com essa finalidade são os caldos, especialmente os que levam batata, cenoura ou aipim. Será que funciona? Se testar, conta para a gente!
6. Rico em nutrientes
Além da carne, o chambari acompanha o osso no meio. Esse osso contém tutano em seu interior, uma parte gelatinosa e de sabor intenso. Depois de cozido, o tecido fica macio e agradável de comer. E a boa notícia é que é rico em gorduras boas, vitaminas e minerais, mas vale lembrar que o consumo deve ser moderado por conta do valor calórico.
7. Patrimônio Cultural e Gastronômico
Sim, a relação do Tocantins com o chambari é tão importante que o prato ganhou o título de Patrimônio Cultural e Gastronômico do estado em 2017, juntamente com a buchada e a paçoca de carne seca. Essa é uma forma de reconhecer e valorizar a expressão cultural e gastronômica do local.
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