De que forma o vinho faz bem para saúde? Essa pergunta pode ser recorrente, especialmente entre os brasileiros: por aqui, o consumo da bebida - encontrada em diferentes versões nas prateleiras do mercado - está estimado em dois litros per capital ao ano, de acordo com dados da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers).
Como boa parte dos alimentos, o vinho apresenta benefícios e riscos à saúde. O consumo de álcool em excesso pode ocasionar diminuição da capacidade de discernimento, uma maior probabilidade de câncer, AVC e doenças do fígado, obesidade, entre outros.
Contudo, ao ser consumido com moderação, o vinho pode aumentar o colesterol HDL (o colesterol "bom"), prevenir coágulos e danos nas artérias provocados pelo colesterol LDL, além de ajudar os vasos sanguíneos a funcionar da melhor forma.
Vinho tinto é mais saudável do que o vinho branco?
Quando as adegas produzem vinho branco a partir de uvas, retiram as cascas antes de as fermentar. O vinho tinto, por outro lado, é produzido a partir de uvas com cascas, onde está a maioria dos antioxidantes. Dentre eles, um polifenol antioxidante específico chamado resveratrol é alvo de muitos estudos científicos.
Cientistas de todo o mundo apontam diferentes benefícios do resveratrol: alguns mostram que pode baixar a pressão arterial, controlar os níveis de colesterol, reduzir a inflamação, torná-lo mais sensível à insulina (que ajuda a regular o açúcar no sangue) e até aumentar o seu poder cerebral.
Mas, apesar de este fato dar ao vinho tinto uma ligeira vantagem, ainda não existem dados científicos suficientes para o considerar "mais saudável" do que o branco. E embora o resveratrol seja a origem de muitos dos seus benefícios para a saúde, beber um copo de cabernet ou malbec não é a única forma de obtê-lo: você pode consumir frutas vermelhas (morango, mirtilo, framboesas), amendoim e uvas para também inseri-lo na dieta.
Além do resveratrol, os taninos do vinho são vantajosos para a saúde
Os taninos são outro polifenol encontrados no vinho: no paladar, eles são os responsáveis pela sensação de leve amargor e adstringência. Nutricionalmente, os taninos têm um efeito ligeiramente diferente do resveratrol. Alguns estudos mostram que funcionam como antioxidantes e anti-inflamatórios. Entretanto, em níveis elevados, podem dificultar a absorção de ferro pelo organismo.
Outra vantagem do consumo de vinho é sua ação antibacteriana. Quando comparado com outros tipos de álcool, o vinho tinto age contra bactérias intestinais como a H. pylori. Os polifenóis chamados flavonóides são a razão - e podem reduzir o risco de câncer de estômago.
Sulfitos do vinho são vilões para a saúde?
Durante o processo de fermentação, o vinho cria sulfitos (dióxido de enxofre). No entanto, alguns produtores de vinho adicionam sulfitos extra para aumentar o prazo de validade da bebida. Os sulfitos podem piorar os sintomas da asma e, em algumas pessoas, causar rubor na pele, dores de cabeça e de estômago, bem como diarreia.
Dessa forma, o vinho deve ser ingerido com maior precaução por pessoas com asma ou algum histórico de doenças alérgicas.
Quanto de vinho é saudável por dia?
No Brasil, não existem definições oficiais para dose padrão e consumo moderado atualmente. A OMS (Organização Mundial da Saúde) define como dose padrão 10g de etanol puro, recomendando que homens e mulheres não excedam duas doses por dia, além de se abster do consumo de álcool pelo menos dois dias por semana.
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), organização que contribui para a conscientização, prevenção e redução do uso nocivo de bebidas alcoólicas, por sua vez, aponta que uma dose padrão corresponde a 14g de etanol puro, o equivalente a 150ml de vinho (12% de álcool).
Embora alguns aspectos do álcool possam ajudar a reduzir as doenças cardíacas, os médicos não recomendam que comece a beber se ainda não o faz. Se beber, mantenha-o num nível moderado para tirar o máximo dos seus benefícios para a saúde. E lembre-se: equilíbrio é chave!
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