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A crítica não é mais apenas contra quem usa plástico, mas também contra quem o recicla: a maior parte do plástico não é reciclável
JoannaPor  Joanna  | Redatora

Quem a vê assumindo o papel de chef nas viagens com os amigos não imagina que a Joanna descobriu o seu talento com as panelas reproduzindo receitas do Instagram e TikTok. Tornou-se expert em receitas na prática e, agora, também é a grande responsável pelas sobremesas nos almoços em família

Estudo revela que a maioria dos plásticos produzidos não é reciclável de forma prática ou eficiente, especialmente em larga escala.

A crítica não é mais apenas contra quem usa plástico, mas também contra quem o recicla: a maior parte do plástico não é reciclável

Apenas 9% do plástico do mundo é reciclado, segundo estudo. (créditos: Shutterstock)

A poluição plástica é um problema ambiental e social grave. A produção excessiva de produtos feitos com esse material resulta na presença de micro e nanoplásticos, que se espalham pelo solo, rios e oceanos, contaminando animais terrestres, marinhos e até mesmo os seres humanos. Uma das melhores estratégias para reduzir o impacto do plástico é a reciclagem.

No entanto, um estudo publicado pela a ONG norte-americana Center for Climate Integrity revelou uma triste realidade: todas essas décadas de esforços de reciclagem foram em vão. De acordo com o relatório intitulado The Plastic Recycling Fraud, a indústria do plástico alimentou a ilusão de que, ao separar suas embalagens, as pessoas estariam ajudando o planeta. No entanto, as empresas não revelam que a maioria desses materiais não é reciclável em larga escala.

A reciclagem do plástico é efetiva ou estratégia de marketing?

De acordo com o Center for Climate Integrity, globalmente, apenas 9% dos plásticos são reciclados. No Brasil, a porcentagem é ainda menor: apenas 1,3% do plástico passa pelo processo.

Segundo o relatório The Plastic Recycling Fraud, uma campanha foi realizada nas últimas décadas para enganar o público sobre a viabilidade da reciclagem do plástico. Para Davis Allen, pesquisador sênior do Center for Climate Integrity, a indústria nunca teve a intenção de realmente reciclar, mas sim de "fazer as pessoas acreditarem que estava funcionando".

O documento apoia essa afirmação com material de arquivo, notas de reuniões e depoimentos de ex-funcionários de organizações como o Conselho Americano de Química. Em uma conferência de 1989, por exemplo, um líder da indústria admitiu: "A reciclagem não pode continuar indefinidamente e não resolve o problema dos resíduos sólidos."

Para Allen, a indústria do plástico sempre apresentou a reciclagem como um problema de imagem, não como um desafio técnico. O plástico, feito de petróleo e gás, possui uma ampla gama de variantes químicas que raramente podem ser recicladas juntas. Isso torna o processo caro e ineficiente.

Reduzir, reutilizar e, então, reciclar

Embora a reciclagem possa nos levar, até certo ponto, a um futuro sustentável, a verdade é que a solução mais efetiva está em fabricar menos produtos plásticos, a fim de reduzir a proliferação desse material no meio ambiente. Nesse sentido, vale lembrar o velho lema que todos nós aprendemos desde pequenos: “reduzir, reutilizar e reciclar”.

Na prática, como já vimos, o discurso publicitário tem se concentrado na reciclagem, apesar de essa ser uma estratégia que tem tido pouco sucesso no caso da poluição plástica. Se a isso acrescentarmos o fato de que uma grande porcentagem da população não separa corretamente seus resíduos, o problema se torna ainda mais complicado.

Apesar de todas as campanhas de reciclagem e acordos entre países para reduzir a crise ambiental, estima-se que a produção de objetos feitos com plástico deve triplicar até 2050.

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