Adeus gases e feijão de molho: pesquisadores da Embrapa revolucionam o consumo de feijão no Brasil com técnica inovadora

O feijão é uma leguminosa altamente nutritiva, rica em proteínas, ferro e fibras, e um importante alimento na mesa dos brasileiros. No entanto, apesar de oferecer tantos benefícios à saúde, essa leguminosa costuma causar desconfortos digestivos em muitos consumidores.

A boa notícia é que o consumo de feijão no Brasil está na mira de um avanço biotecnológico que vai revolucionar os seus efeitos relacionados aos gases, mantendo os seus nutrientes e reduzindo as etapas de seu preparo para evitar esse problema.

Pesquisadores da Embrapa estão desenvolvendo uma inovação que promete mudar o modo como os brasileiros consomem feijão. Entenda como!

Saiba por que o consumo de feijão causa gases em muitas pessoas

Graças à biotecnologia avançada, os pesquisadores estão dedicados a criar uma opção de feijão que não causa problemas de gases, um incômodo para muitas pessoas. Mas os consumidores podem ficar despreocupados, porque tanto o sabor quanto os nutrientes do feijão serão preservados.

O objetivo é melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas que sofrem com os desconfortos digestivos causados pelo alimento tradicional no Brasil. Desta forma, as longas horas de remolho do feijão podem estar com os dias contados.

Os gases causados pelo feijão são efeitos dos oligossacarídeos, carboidratos que não são digeridos no estômago. Quando chegam ao intestino grosso, esses compostos são fermentados por bactérias, produzindo gases como hidrogênio e metano.

Como será o feijão que não causa desconforto digestivo?

A Embrapa buscou uma técnica de edição genética - chamada CRISPR (sigla em inglês para Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas) - para resolver esse problema.

Essa tecnologia permite desativar os genes responsáveis pela produção de oligossacarídeos, sem alterar o valor nutritivo do feijão.

No entanto, a inovação ainda está em fase de testes e é aguardado os resultados de viabilidade à escala comercial.

Quando o feijão que não dá gases será comercializado?

Esse processo exige anos de pesquisa para garantir que o produto final seja seguro e realmente eficaz. O lançamento desse feijão geneticamente modificado pode acontecer em um período entre cinco a oito anos. O próximo passo é testar o cultivo dessa variedade de feijão geneticamente modificada em larga escala.

Essa etapa vai garantir que o novo feijão seja viável para produtores e para consumidores. Um dos pontos relevantes dessa inovação é que ela coloca o Brasil como um líder em avanços de biotecnologia agrícola.

A equipe responsável pelo estudo, divulgado em novembro, são os pesquisadores Josias Correa e Rosana Vianello, além do bolsista Dener Lucas dos Santos.

"No caso de características relacionadas à qualidade tecnológica e nutricional de grãos, a técnica emerge como uma importante ferramenta para editar genes específicos e, com isso, realizar um melhoramento de precisão, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de variedades mais atrativas para produtores e consumidores", afirma Vianello.