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A habilidade da felicidade: como o homem mais feliz do mundo controla as emoções e pensamentos

Monge considerado o homem mais feliz do mundo compartilha segredos para alcançar a felicidade plena. "Altruísmo e compaixão são as chaves". 

A habilidade da felicidade: como o homem mais feliz do mundo controla as emoções e pensamentos

Líder espiritual considerado o homem mais feliz do mundo ensina como alcançar a felicidade plena. (créditos: Shutterstock) 

Há anos a humanidade está na busca incansável pela felicidade. Se você acredita que ela não existe, o líder espiritual Matthieu Ricard está aqui para provar ao contrário. Aos 61 anos, o francês largou a carreira de biólogo molecular e se mudou para o Nepal, onde se tornou monge budista e assessor pessoal do atual Dalai Lama, maior autoridade do budismo tibetano. Hoje, com 78 anos, Ricard vive nos Himalaias e, recentemente, foi considerado a pessoa mais feliz do mundo pela ciência.

Para chegar a essa conclusão, neurocientistas realizaram uma série de testes para detectar o seu nível de estresse, irritabilidade, prazer, entre outras emoções de Ricard. O mesmo estudo foi feito com centenas de voluntários ao redor do mundo e, ao comparar os resultados, os pesquisadores descobriram que o monge tinha atingido o mais alto nível de felicidade, superando até mesmo os limites estabelecidos pelo estudo.

Para tentar explicar como ele chegou a esse nível de felicidade, Matthieu Ricard escreveu o livro A nous la liberté ("Viva a Liberdade") junto com o filósofo Alexandre Jollien e o psiquiatra Christophe André. Na obra, o líder religioso compartilha alguns ensinamentos de como superar os obstáculos que nos impedem de ser felizes. O TudoGostoso separou os principais pontos para você também adotar na sua vida. Confira.

Qual é o segredo da felicidade?

Em entrevista à BBC, Matthieu Ricard compartilhou alguns pontos sobre o segredo da felicidade. Para ele, não existe uma única resposta para essa pergunta, pois a felicidade é uma variável definida pelo cultivo de muitas qualidades, como altruísmo, compaixão, liberdade, resiliência, equilíbrio emocional, paz interior, entre outras emoções. “Diferentemente do prazer, todas essas qualidades são habilidades que podem ser cultivadas por meio da prática e do treinamento de nossa mente”, afirma.

Além disso, o monge também destaca a importância do altruísmo e da compaixão para alcançar a felicidade. “A busca da felicidade egoísta não funciona, é uma situação em que todos perdem. Você torna sua própria vida miserável, enquanto torna a vida dos outros miserável. Em contrapartida, o altruísmo é uma situação em que todos ganham”, comenta. Segundo o monge, nós nos sentimos mais felizes quando somos gentis e benevolentes com o próximo.

Por fim, Ricard defende que a felicidade não é apenas uma constância de sensações prazerosas, ou seja, você não precisa estar sempre alegre. Ser uma pessoa feliz tem muito mais a ver com bem-estar e satisfação pessoal. Portanto, tudo bem se sentir triste ou frustrado às vezes. O que você não pode é deixar que esses sentimentos te dominem. “Nosso controle das condições externas é limitado, efêmero e, muitas vezes, ilusório, mas podemos trabalhar com nossa própria mente enquanto lidamos com ela de manhã até a noite”.

Tristeza também é um sentimento necessário

Se você acha que o homem mais feliz do mundo não fica triste, está completamente enganado. Ricard comenta que também se sente triste em momentos específicos, principalmente quando envolve situações absurdas e que afetam o próximo. “É absolutamente normal e desejável ficar triste diante de um massacre, de uma injustiça, de uma discriminação, de um abuso, de uma injustiça social, da pobreza em meio à abundância, da exploração cega de animais, etc”.

O monge explica que a diferença está em como reagimos a esses sentimentos. Quando esse sentimento se torna uma constante, já é um sinal de alerta de que algo está errado. "A tristeza deve levar a uma ação compassiva para fazer algo a respeito dos vários sofrimentos relacionados", ressalta.

Todo mundo pode ser feliz se praticar a felicidade com frequência

O monge defende que a felicidade não se limita apenas aos monges e pessoas espiritualizadas. Todo mundo pode ser feliz, desde que pratique a felicidade com frequência. “Qualquer um pode ser a mulher ou o homem mais feliz do mundo (não de maneira competitiva!). Simplesmente sendo gentil, compassivo, aberto aos outros e se sentindo facilmente satisfeito com as condições externas”, explica.

Para quem acha que a busca pelo felicidade tem fim, Ricard aponta que não é bem assim. Mesmo o homem mais feliz do mundo ainda tem um longo caminho a percorrer, pois a felicidade é um processo definido pelo estado da mente. "Há muitos obstáculos, incluindo ser viciado em sofrimento, seguir cegamente todos os nossos estados mentais aflitivos e não reconhecer o potencial de transformação que existe dentro de todos nós".

O monge finaliza que todas as qualidades para alcançar a felicidade podem ser cultivadas por meio da prática e treinamento da nossa mente. "Se praticarmos por muito tempo as qualidades humanas básicas como o altruísmo, definitivamente podemos mudar para o futuro".

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