Outubro Rosa é um mês dedicado a alertar a sociedade sobre a importância da prevenção e dodiagnóstico precocedocâncer de mama. Para além de fatores genéticos, a doença pode ser evitada quando vivemos de forma mais saudável, e isso inclui uma boa alimentação. A nutrição também é uma forma de ajudar quem descobriu um tumor e já está passando pelo tratamento. Os alimentos certos podem aliviar os sintomas das terapias oncológicas, ajudar na manutenção do peso e também têm função cicatrizante.
O TudoGostoso convidou Paula Pratti (@paulapratti), especialistaem nutrição oncológica, para tirar todas as dúvidas sobre o tema. Vamos explicar como comer bem pode ser a chave para impedir o desenvolvimento do câncer de mama, melhorar a qualidade de vida de quem já recebeu o diagnóstico e até evitar o reaparecimento da doença.
“Cerca de 30% dos cânceres poderiam ser evitados apenas com mudanças de vida, como a prática de atividade física e uma alimentação saudável. Isso também ajuda a reduzir o sobrepeso e a obesidade, fatores de risco para a doença. Estar muito acima do peso aumenta a circulação de hormônios pró-cancerígenos que causam o câncer de mama, por exemplo”, explica a nutricionista oncológica.
Alimentação saudável pode seer aliada na prevenção e no tratamento do câncer de mama
Como a alimentação pode prevenir o câncer de mama?
A alimentação para prevenção do câncer de mama precisa incluir muitas verduras e legumes. A nutricionista indica o consumo principalmente das crucíferas — como brócolis, couve-flor e repolho — com uma substância chamada glucosinolato, que ajuda na prevenção do câncer de mama. Também é importante consumir compostos bioativos como cúrcuma, gengibre, a quercetina da cebola, as antocianinas das frutas vermelhas eprópolis.
“A primeira regra em relação à prevenção é se manter em um peso saudável. É preciso encontrar uma alimentação equilibrada que mantenha o total ideal para a sua altura e sua idade. Além disso, é importante fazer atividade física e reduzir o excesso de açúcar e alimentos industrializados de forma geral”, explica Paula.
Qual a melhor alimentação para quem tem câncer de mama?
No caso de pessoas que já têm o diagnóstico de câncer de mama, a alimentação muda conforme o tratamento de cada paciente. Confira as recomendações para cada caso:
Cirurgia: o foco é em alimentos que ajudam na cicatrização, manutenção do peso e controle glicêmico.
Quimioterapia: a prioridade é uma alimentação para manejo de sintomas. Além de alimentos que aliviam enjoos, é muito comum uma perda de memória para quem passa por esse tratamento. Suplementos e alimentos com ômega 3, que previnem essa questão neurológica, são indicados.
Radioterapia: o plano alimentar nesses casos prioriza bastante ahidratação. O cardápio tem mais sucos, frutas com maior teor de água e também opções com propriedades cicatrizantes.
Hormonioterapia: a maior questão para esses pacientes é o ganho de peso, muitas vezes agravado por um tamanho corporal que já não é ideal antes mesmo de iniciar o tratamento. A dieta é mais focada no emagrecimento e no alívio de inflamação nas articulações devido à medicação.
O que não comer quando se está com câncer de mama?
Para pacientes que realizam quimioterapia, não é indicado o consumo de alimentos crus — como comida japonesa, carpaccio, kibe cru — e a granel devido a riscos microbiológicos. Como a pessoa já está com a imunidade mais baixa, ela arrisca ter algum tipo de contaminação mais grave ou passar mal durante o tratamento.
No mais, Paula explica que vale reduzir o consumo de açúcar, embutidos, industrializados, refrigerantes, carne vermelha e bebida alcoólica.
“As pessoas ficam com muito medo sobre o que comer quando estão tratando o câncer de mama. O grande foco da nutrição oncológica é saber o que ingerir para deixar o organismo mais sadio, caminhar com o tratamento até o final e minimizar os efeitos colaterais”, explica a nutricionista.
O que uma pessoa que teve câncer de mama não pode comer?
Mesmo depois da cura, é importante manter bons hábitos alimentares para evitar uma recidiva, o termo usado para caracterizar o reaparecimento da doença. Continue colocando em prática as dicas de ouro: alimentação nutritiva, atividade física e saúde em dia.
"Depois da cura, alguns pacientes têm uma virada de chave e mantêm o estilo de vida saudável, mas outros já acham que podem fazer de tudo porque agora 'estão livres'. Nesse período a gente começa a liberar alguns alimentos, mas não dá para ser como era antes. Se o organismo começar a se intoxicar novamente, se o descuido alimentar volta a ser como antes, o paciente se torna mais suscetível ao retorno da doença”, alerta Paula.
Veja mais
Saiba o que comer para aumentar a imunidade e não sofrer com a mudança brusca de temperatura
Quantidade de fibras por dia: saiba qual é o ideal e como comer