
Entenda o impacto do cachorro-quente na longevidade, segundo a ciência (Foto: Shutterstock)
Um estudo da Universidade de Michigan publicado na revista Nature Food apontou o impacto de diferentes alimentos e seu potencial nutritivo na longevidade. Os pesquisadores avaliaram mais de 5.800 alimentos, classificando-os de acordo com a carga de doenças nutrológicas para os humanos e desenvolveram um Índice Nutricional de Saúde para quantificar os efeitos marginais à saúde em minutos de vida saudável, variando de 74 minutos perdidos a 80 minutos ganhos por porção.
Por exemplo, eles concluíram que comer um cachorro-quente pode custar 36 minutos de vida saudável, a escolha por uma porção de nozes pode ajudá-lo a ganhar 26 minutos de vida extra saudável.
“Nesse caso, os pesquisadores usaram 15 fatores de risco dietéticos e estimativas de carga de doenças e os combinaram com os perfis nutricionais dos alimentos consumidos nos Estados Unidos, com base no banco de dados What We Eat in America do National Health and Nutrition Examination Survey. Alimentos com pontuações positivas agregam minutos de vida saudáveis, enquanto alimentos com pontuações negativas estão associados a resultados de saúde que podem ser prejudiciais para a saúde humana”, explica a Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Alimentos foram divididos em 3 cores por pesquisadores. Entenda!
Os cientistas desenvolveram pontuações para 18 indicadores ambientais, levando em consideração receitas de alimentos detalhadas, bem como o desperdício de alimentos previsto. “Os pesquisadores classificaram os alimentos em três zonas de cores: verde, amarelo e vermelho, com base em seus desempenhos nutrológicos e ambiental combinados, como um semáforo”, explica.
A zona verde representa alimentos que são recomendados para aumentar na dieta e contêm alimentos que são nutrologicamente benéficos e têm baixo impacto ambiental. “Os alimentos nesta zona são predominantemente: nozes, frutas, vegetais cultivados no campo, legumes, grãos inteiros e alguns frutos do mar”, diz a médica.
Alimentos como leite e ovos foram considerados ‘amarelos’: não representam perda ou ganho de vida, considerando (claro) os dois fatores (nutrológico e ambiental). Já a zona vermelha inclui alimentos que têm impactos nutrológicos ou ambientais consideráveis e devem ser reduzidos ou evitados na dieta alimentar.
“Os impactos nutrológicos foram causados principalmente por carnes processadas; quanto ao clima e muitos outros impactos ambientais, eles foram causados por carne bovina e suína, cordeiro e carnes processadas”, diz a Dra. Marcella. “Os pesquisadores reconhecem que o alcance de todos os indicadores varia substancialmente e também apontam que alimentos nutrologicamente benéficos nem sempre geram os menores impactos ambientais e vice-versa.
“Embora o estudo tenha descoberto que os alimentos à base de plantas geralmente têm um desempenho melhor, existem variações consideráveis tanto nos alimentos à base de plantas quanto nos de origem animal, um exemplo é que os frutos do mar são considerados alimentos de zona verde”, explica a Dra. Marcella.
Com base em suas descobertas, os pesquisadores sugerem: diminuir os alimentos com os impactos ambientais e de saúde mais negativos, incluindo carnes altamente processadas, bovinos, camarões, seguidos por carne de porco, cordeiro e vegetais cultivados em estufas; e aumentar os alimentos mais benéficos do ponto de vista nutrológico, incluindo frutas e vegetais cultivados no campo, legumes, nozes e frutos do mar de baixo impacto ambiental.
“O mais importante do estudo, no entanto, não é a classificação por si só dos alimentos, pois devemos ter consciência de que nenhum alimento é bom ou ruim sem um contexto alimentar. Na verdade, a noção de que pequenas mudanças no padrão alimentar são capazes de trazer grandes benefícios à saúde é uma forma encorajadora de pensar em mudanças na dieta, com benefícios para a saúde e para a sustentabilidade ambiental”, finaliza a Dra. Marcella.
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