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Sou neurologista e garanto que o consumo dessa bebida popular pode causar convulsões e alucinações
Clarice MunizPor  Clarice Muniz  | Redatora

Sou jornalista e assessora de imprensa especializada em conteúdos de saúde e bem-estar. Adepta da comida de verdade, costumo preparar as minhas refeições diariamente, seguindo as recomendações de cuidados e saúde de especialistas. Sou fã de pimenta. Se você não curte comida picante, não se arrisque em tirar uma provinha da minha panela.

Aumento do consumo dessas bebidas no Brasil preocupa os profissionais de saúde: "As pessoas precisam estar conscientes dos riscos"

Sou neurologista e garanto que o consumo dessa bebida popular pode causar convulsões e alucinações

Consumo dessas bebidas cresceu de forma expressiva em 2024, aponta pesquisa da USP (Foto: Shutterstock)

O desejo de obter mais energia para dar conta da rotina acelerada da vida tem levado muitas pessoas a buscarem alternativas pouco vantajosas e arriscadas.

A promessa por um impulso instantâneo de energia para reduzir o cansaço leva muita gente a usar energéticos como seus aliados nesse processo, sendo que essas bebidas não são para todos.

O problema é que elas são carregadas de cafeína e mais estimulantes, e é por isso que especialistas alertam para os impactos que o consumo excessivo dessas bebidas pode causar no corpo.

Se você consome bebidas energéticas regularmente e ultrapassa os limites considerados seguros, é importante rever seus hábitos. Entenda os motivos!

O que acontece quando você extrapola a ingestão de cafeína?

O consumo exagerado de energéticos representa sérios riscos à saúde, principalmente devido à alta concentração de cafeína.

Um dos aspectos mais levantados pelos profissionais de saúde é o impacto no sistema cardiovascular, já que o excesso do consumo pode causar:

  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Arritmias cardíacas;
  • Maior risco de complicações para pessoas com predisposição a problemas cardíacos e neurológicos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de cafeína em até 400mg por dia, cerca de quatro latas da bebida energética.

No entanto, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (ABIR), o consumo por habitante no Brasil ao ano aumentou de 400 ml para 870 ml entre 2011 e 2021.

"No âmbito neurológico, o excesso pode causar insônia, ansiedade, tremores, dores de cabeça e, em casos extremos, convulsões e alucinações", explica Edson Issamu Yokoo, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

"Além disso, problemas gastrointestinais como náuseas e desconforto abdominal, e desidratação devido ao efeito diurético da cafeína, são preocupações relevantes", acrescenta.

Por que o energético afeta o sistema nervoso?

Um estudo realizado pela Scanntech e publicado no Jornal da USP mostrou que o volume de vendas de energéticos cresceu 15% entre janeiro e agosto de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Esses dados justificam a preocupação dos profissionais de saúde. E pouca gente sabe que até o sistema nervoso é impactado, principalmente quando o energético é misturado com bebidas alcoólicas.

O motivo está relacionado aos ingredientes estimulantes presentes na fórmula dessas bebidas, além da cafeína. Quando consumidos em grandes quantidades, eles agem diretamente no sistema nervoso central, aumentando a liberação de neurotransmissores como adrenalina e dopamina.

"Esse efeito estimula uma resposta de alerta no corpo, o que pode ser benéfico em doses moderadas. Com o uso exagerado, o organismo entra em um estado de hiperatividade que interfere no equilíbrio natural do sistema nervoso, resultando nos sintomas mencionados", afirma o neurologista.

Essa superestimulação pode sobrecarregar o cérebro e o sistema cardiovascular, desencadeando reações extremas nos casos mais graves, destaca ele.

As substâncias perigosas que se escondem na composição dos energéticos

O especialista destaca que muitos energéticos contêm outros estimulantes, como taurina e guaraná, que podem potencializar os efeitos da cafeína e prolongar seus impactos no organismo.

A combinação dessas substâncias pode levar a um estado de excitação contínua, dificultando o relaxamento.

"As pessoas precisam estar conscientes dos riscos associados ao consumo indiscriminado de energéticos. Embora possam oferecer um alívio momentâneo para o cansaço, seus efeitos a longo prazo no sistema nervoso podem ser prejudiciais", ressalta.

O Dr. Yokoo orienta os consumidores a buscarem fontes de energia mais saudáveis: "Como uma alimentação equilibrada, sono adequado e a prática regular de atividades físicas."

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